Quando deixam os interesses do CLUBE em segundo plano...

A notícia chegava de surpresa n' "O Jogo" :

«Ulisses Morais vai hoje orientar o treino do Gil Vicente, mas poderá vir a fazê-lo pela última vez, caso não se ultrapassem divergências surgidas antes do jogo com o Sporting (...) o presidente António Fiúza terá entrado na sala onde decorria a palestra, que o treinador prontamente interrompeu, dizendo ao presidente que o tinha "desconcentrado". Fiúza terá respondido que podia estar presente por ser "o presidente", tendo o episódio prosseguido já após a partida, pois ao que parece Fiúza abordou Ulisses solicitando-lhe um pedido de desculpas. »

A expectativa depressa se tornou em facto através de comunicado do clube no site oficial: o treinador deixa o Gil. Mais explicações não eram dadas. Nem era preciso. A posição do Gil na tabela não é nada boa, mas não é com certeza pela derrota frente ao Sporting que o treinador sai. Aliás este é na minha opinião dos piores momentos para ter acontecido uma situação como a que se passou. Está bem percebido: espaço invadido, falta de habilidade ou de educação na comunicação, prepotência e birra de poder. Uma mistura com consequências finais somente para um interveniente: o Gil Vicente F.C..
Pretexto ou não, a ocorrência de um desentendimento deste tipo é mau para o grupo de trabalho e não beneficia de modo algum a imagem de nenhuma das personalidades envolvidas.

Acima de qualquer treinador ou presidente está uma instituição, e um desaguisado destes só a ela pode prejudicar verdadeiramente. Quando temos pela frente uma ponta final de campeonato com a importância e exigência que esta tem, um adepto não pode deixar de ficar preocupado. A esperança no impacto positivo que a mudança poderá trazer é menor do que a preocupação. É que com um conjunto de jogos destes pela frente, a verdadeira e derradeira luta começa agora. E se é verdade que Ulisses Morais não foi um treinador com quem simpatizei por demais, se usou por vezes estratégias que não deram certo, o facto é que perder jogos contra o Boavista e Sporting não é caso pra dizer que ele está a fazer um péssimo trabalho. Força e confiança no grupo foi coisa que não vi faltar neste treinador mesmo quando as coisas não corriam muito bem. E isso foi muito importante.
Agora, o desfecho do campeonato depende dos resultados alcançados nos 9 jogos que se seguem, disputados contra adversários directíssimos.
Vou-me abster de mais comentários, esperando apenas que o facto de a equipa ficar sem o seu líder não seja causa de desânimo mas de mais "querer".
Paulo Alves fica agora encarregado de levar o barco a porto seguro. Tem uma personalidade muito diferente da de Ulisses Morais. É um risco e uma responsabilidade que preferia não ter visto mudar de mãos numa altura destas e da maneira que foi. Mas é o que se tem.

No meio disto tudo quem sai fragilizado acima de tudo é o Gil. Quanto ao Sr. treinador e ao Sr. António Fiúza saem fragilizados sim (especialmente o sr. presidente) por deixarem que uma birra fosse mais importante que os objectivos do clube, que o bem-estar de uma equipa. Se as coisas correrem bem, ninguém vai ter dado grande importância a isto, porque provavelmente acabou por ser benéfico. Se correrem mal...esta situação - e os seus intervenientes- não poderá deixar de ser considerada como o principal foco de instabilidade.

Agora mais do que nunca,

FORÇA GIL VICENTE !














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