Reflexões Gilistas

Comentários e reflexões à volta da equipa de futebol do Gil Vicente F.C.

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7.5.06

Final de época incrível! Obrigado Gil!

Não sei se esta é a melhor altura para escrever.
Regressei há cerca de 3 horas do jogo. O jogo com o Belenenses, o último jogo do campeonato 2005/2006 e que ditou sortes diferentes para os seus intervenientes: o Gil, que ao longo desta última fase do campeonato quase deu o último fôlego por várias vezes, acabou por devagarinho lá conseguir manter uma ponta de ar respirável...até ao final. E quando lhe traçavam um destino que não este, quando os adeptos se mentalizavam para uma descida...eis os heróis! Sim, o Gil Vicente continua entre os grandes na próxima época! O Gil Vicente não desceu!

Foi uma tarde com tudo. Só podia ser um bom presságio...
Apanhei chuva. E não foi pouca. Isto de ter o Estádio lotado faz com que o carro tenha que ficar longe. Se a chuva resolve brindar-nos mesmo na altura exacta, resta enfrentá-la de braços cruzados e olhar estoico. Sim, porque a chuva não tem a mínima importância quando há um jogo destes para ver. Não se pode parar num qualquer abrigo a meio do caminho, porque o abrigo da alma de um gilista hoje, era só um: o Estádio. Por isso a água a brilhar pelo casaco ou o boné a pingar, foram apenas orgulhosas marcas que tornaram o dia mais saboroso e memorável.
Apanhei chuva e apanhei frio, porque isto de sentir as calças a secar contra o corpo sabe menos bem. Arrepios também senti. Mas às tantas já não sabia se eram por causa do frio ou de qualquer coisa mais forte. É que estava um jogo a jogar-se.

E o jogo foi equilibrado, claro está. Ao Belenenses não faltaram contrariedades: o guarda-redes Marco Aurélio cedo teve que sair lesionado. Contudo durante a primeira parte, tirando as poucas ocasiões de perigo criadas pelo Gil, o Belenenses jogava mais no meio campo do Gil do que o contrário. Até que naqueles perigosos últimos minutos da primeira parte - aqueles em que o Gil tem sofrido golos- surgem os defesas gilistas na área do adversário, pois claro. E se o Gregory desta vez nao chega, o Marcos António já sabe como se faz... GOLO! Oh joy!!
Podia falar da quase nulidade de Rodolfo Lima ou das substituições que Paulo Alves fez, que mais pareciam para o aplauso dos substituidos e não de quem só tem 1 golo e tem um jogo para ganhar...pois, podia falar nessa aflição que foi quando sem Carlitos e Nandinho lá pelos lados, o Gil não sabia construir e se via o Belenenses a avançar. Podia falar das boas defesas de Jorge, que também as teve, e no seu seguro amarrar de bola, que várias vezes nos descansou o coração naqueles minutos finais. Podia falar, mas não vale a pena. A história deste jogo é diferente.

E nessa história fica o mais importante...fica o fair-play. Ficam os sentimentos. Porque eu prefiro. Ficam os aplausos a Marco Aurélio que sentado no alto da maca ali a passar, olhou e acenou em agradecimento...ficam as palmas ao não esquecido Fábio Januário, quando veio aquecer ali à nossa frente, que através daquele sorriso aberto, devolveu o carinho de gente que se conhece.
Ficam já noite, os autocarros dos adeptos do Belenenses a partir passando pelo meio das dezenas de gilistas mais resistentes que os aplaudiram...porque no fundo da nossa alegria, também sentimos a tristeza do outro. Sabemos o que isso é. É que o Belenenses ao perder este jogo, e caindo sobre ele toda a infelicidade de uma conjugação de resultados que ao intervalo ainda se afiguravam bastante imprevistos, saiu de Barcelos com a descida para a Divisão de Honra. Cruel deve ter sido a longa viagem de volta. Lá partiram assim, nos autocarros escuros, uns aplaudindo de volta, outros silenciosos, de caras inexpressivas e óculos de sol em plena noite...
Pensei que o Belenenses não ia descer...era das equipas em risco, aquela que estava em menor risco....só um conjunto de situações ocorridas em simultâneo resultariam no infeliz final...e aconteceram. Tenho pena que tenha sido assim. Teria sido preferível festejar com o adversário a permanência de ambos. Assim não foi, e então só restam os desejos de boa sorte, e força Fábio J.

Pois é, houve de tudo...lesões, aplausos ao adversário e às caras conhecidas, situações de indisposição na bancada, alegria pela permanência e rostos tristes pela descida de divisão.
E acima de tudo, fica a emoção: aquela de no final do jogo olhar o relvado invadido por cachecóis azuis e vermelhos ... com o sentimento de "JUNTOS CONSEGUIMOS", que ainda nos tem a tremer. E sorrir para aquela faixa "Nós acreditamos" que agora se pendura na baliza, naquela mesma baliza onde têm entrado as bolas que nos fizeram acreditar.
E fica também a outra emoção, aquela de ver os outros, tão dedicados e mais do que nós, partirem em tristeza, e saber que podíamos ser nós...e lamentarmos ter de ser assim.

E a sensação fica, de que a partilha destes sentimentos é que é o futebol.

De volta a casa, para uns a tristeza vai-se assimilando, para outros é tempo de sentir bem dentro o orgulho...o orgulho gilista.
Cheguei a casa ás 22h, depois destas peripécias de final de tarde/início de noite, e de lá ter que parar a pensar qual o melhor caminho a tomar para chegar até ao carro pelas ruas desertas. À maluca :).Fica provado o que me dizem. And if they only knew... :)

Parabéns à Império Gilista pela coreografia linda e verdadeiramente poderosa!

1 Comments:

Blogger Black & White said...

PARABÉNS! Um prémio ao mérito de uma equipa que aproveitou da melhor forma a recta final do campeonato para amealhar a maior parte dos pontos conquistáveis... e em circunstâncias nem sempre leais.
Falo de arbitragens...
Mas está feito: campeonato terminado, Gil na primeira.
Agora venha a próxima época :)

segunda mai. 08, 01:25:00 da manhã  

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